Créditos: Conheça o Piauí
“O primeiro que luta é o Piauí”. Esse verso do Hino do Piauí faz jus à história do Estado e, sem dúvida, a do Brasil. De fato, o Piauí foi um dos que lutou bravamente pelo país, tendo sido também protagonista no processo de independência do Brasil, em um marco que ficou conhecido como Batalha do Jenipapo, ocorrida em 1823, e que neste 2019 completou 196 anos.
#A história pouco contada
Embora as páginas de muitos livros e boa parte do que se aprende sobre a história do Brasil não mostrem ou destaquem a batalha, ela foi decisiva para que, efetivamente, todo o país se tornasse independente de Portugal.
Sim, o grito da independência, declarado às margens do rio Ipiranga, foi simbólico, mas mesmo depois disso, diversos lugares do país ainda não tinham sentido os efeitos do resultado desse ato, afinal, o país não era somente a região em torno de onde estava a corte real.
Províncias do Piauí, Maranhão, Pará, Mato Grosso e Goiás ainda continuaram sob os domínios de Portugal. Nessa época, na província piauiense haviam dois grupos: o que queria independência e o que ainda queria permanecer integrado à Portugal.
Por isso, pela emancipação política e pelo bem do Piauí, ocorreu no dia 13 de março de 1823, às margens do riacho Jenipapo, local onde hoje é o município de Campo Maior (PI), a histórica e importante Batalha do Jenipapo.
#A batalha
Essa luta pela independência foi feita pelo povo. Munidos de paus, facões, machados, espingardas, os populares, com armas que tinham e ainda com sua coragem, consciência social e política, enfrentaram as tropas de João José da Cunha Fidié que, junto com seus soldados armados, queriam que a região continuasse sob os domínios portugueses, assim como impedir demais movimentos pela total independência do Brasil.
Junto com os piauienses, também se juntaram nesse conflito movido pelo povo e por uma causa justa, os cearenses e maranhenses.
Como era de se esperar, em uma larga vantagem quanto à arsenal e conhecimento de guerra, as tropas de Fidié acabaram por vencer. Isso tudo a base de muito derramamento de sangue. Estima-se que mais de 200 bravos populares morreram, enquanto cerca de 500 foram presos.
Mas, de certa forma, não foi bem uma vitória. Foi naquele momento, pode-se dizer. Embora os independentes tenham sido derrotados, mas eles lutaram bravamente, o que acabou por despertar nas tropas de Fidié um certo receio do que poderia encontrar pela frente em outros locais de resistência.
#A Independência
Além de toda a força e coragem, os populares também se viraram como pode. Foi luta, mas foi também desenvoltura. Em momentos da batalha, Fidié e seus soldados tiveram parte de seu arsenal furtado pelos populares em luta.
Com isso, Fidié e sua tropa tiveram que dar um tempo nos próximos conflitos e tiveram que acampar na fazenda Tombador, próxima de Campo Maior. Depois de alguns dias eles seguiram para Estanhado, onde hoje é o município de União (PI). Após passar por lá, Fidié e seus soldados foram para Caxias(MA). Na cidade maranhense Fidié foi cercado, rendido e levado preso para Oeiras(PI), depois para o Rio de Janeiro, de onde foi deportado para Portugal.
E foi assim que a participação popular conseguiu com que a então parte norte do Brasil ficasse independente de Portugal. A Batalha do Jenipapo foi o marco de tudo isso, foi o que, de fato, representou a forte resistência da população local à dominação portuguesa.
#Reconhecimento
Hoje, no local em que foi realizada a batalha, encontra-se um monumento, que se transformou em um dos conhecidos pontos turísticos e histórico do Piauí.
Se ainda não conhece, o Conheça o Piauí convida você. Mas antes, mostra os detalhes em CONHEÇA O MONUMENTO DA BATALHA DO JENIPAPO.
Até lá e boa viagem!
Bom dia! Gostaria de saber o que significa a arquitetura que parece representar dois canhões construída às margens da rodovia, em frente ao monumento. Grato!